No dia 25 de maio, ocorreu na Suécia o nascimento de um bebê através de um transplante uterino completo realizado por meio de robôs. A cirurgia foi conduzida pela técnica laparoscópica na Universidade de Gotemburgo, possibilitando que uma mulher engravidasse e desse à luz seu filho.
Ao nascer, o bebê apresentava 49 cm e 3,1 kg, sendo realizado o parto por cesariana programada. Tanto a mãe, a criança quanto a doadora do útero encontram-se em bom estado de saúde. Esse procedimento inovador traz esperança para um número significativo de pessoas que enfrentam dificuldades para conceber ou levar uma gravidez até o fim.
Abordagem inovadora do transplante uterino
O que torna esse caso verdadeiramente excepcional é a abordagem utilizada tanto na remoção do útero da doadora quanto no transplante. Todo o procedimento foi realizado utilizando a técnica de laparoscopia controlada por robô, em que pequenas câmeras são inseridas através de incisões extremamente pequenas. Dessa forma, não houve a necessidade de cirurgia aberta, o que torna o procedimento menos invasivo e apresenta menos riscos aos pacientes. Além disso, o tempo de recuperação costuma ser mais curto.
As ferramentas cirúrgicas foram inseridas através de pequenos orifícios na região inferior do abdômen para as operações. Os médicos realizaram as intervenções utilizando braços robóticos, de forma semelhante a um controle de videogame de alta tecnologia. O útero foi removido da doadora por meio da vagina, colocado em um recipiente de laparoscopia e transferido para uma outra paciente através de uma pequena incisão no abdômen.
As cirurgias foram realizadas em outubro de 2021. Meses depois, a gravidez foi confirmada através de fertilização in vitro. A gestação da mãe ocorreu sem complicações e ela deu à luz na 38ª semana.
Cirurgia robótica
Graças ao uso de tecnologias avançadas para aumentar as chances de sucesso em transplantes, esse caso foi considerado uma excelente notícia para a medicina. A inserção uterina foi realizada pela Dra. Pernilla Dahm-Kähler, docente em ginecologia e obstetrícia na Sahlgrenska Academia da Universidade de Gotemburgo. “Com a cirurgia guiada por robô, somos capazes de realizar um procedimento cirurgico com extremamente delicada e precisão”, afirmou ela. Esse procedimento oferece um excelente acesso para realizar intervenções profundas na pelve. É o tratamento do futuro, e estamos entusiasmados por termos desenvolvido transferência de útero em um nível tecnologicamente seguro.
Segundo o Dr. Niclas Kvarnström, médico especialista em transplantes e responsável pela iniciativa de pesquisa, essa nova abordagem permitirá tratamentos que anteriormente eram considerados impossíveis. Esse caso faz parte de um experimento de transplante uterino na Academia Sahlgrenska, sendo o primeiro a incluir operações minimamente invasivas assistidas por robôs.
Neste momento, o mundo testemunhou o nascimento do primeiro bebê após um transplante uterino em 2014. A partir desse momento, aproximadamente 90 transplantes foram realizados globalmente, resultando no nascimento de aproximadamente 50 bebês dessas mães transplantadas.
Fontes: O Tempo, Revista Crescer, Metropoles
Imagens: Metrópole