Quando abordamos o assunto sobre os artrópodes, por definição pensamos nos pequenos animais invertebrados como aranhas, insetos e até crustáceos, que de certa forma não está errado. Entretanto, pensar que uma espécie de artrópode pode ser considerado o maior do mundo pode parecer estranho.

Neste caso, você precisa conhecer particularmente o caranguejo dos coqueiros (Birgus latro), também conhecido como “ladrão-de-coco”.

O artrópode Caranguejo dos Coqueiros

Essa espécie de caranguejo é bem diferente da maioria dos caranguejos que conhecemos no Brasil. Essa diferença não está somente no tamanho, que é bem maior, mas como também no fato de não habitar as regiões de mangue.

O caranguejo dos coqueiros pode pesar até 4 kg e a chegar a medir aproximadamente 1 metro de comprimento e por isso é o maior artrópode terrestre do mundo. Ele só é superado pelo caranguejo-aranha-gigante (Macrocheira kaempferi) com seus quase 3,8 metros de comprimento e 20 Kg, que vive em ambiente marinho.

Os caranguejos dos coqueiros são encontrados nas ilhas tropicais dos oceanos Pacífico e Índico, e também estão presentes na região da Austrália, Madagascar e Costa Africana.

Como é comum da espécie, os caranguejos dos coqueiros são formados por um exoesqueleto resistente, que podem ser nas cores mais comuns como azul, roxo, vermelho, laranja e preto. Eles também possuem membros articulados que podem alcançar quase 1 metros, sendo estes fundamentais para os ajudar a subir em coqueiros na busca de alimentos.

Esse exótico animal passa a maior parte do tempo procurando comida, sendo que a sua dieta é composta por vegetais, frutas e outros pequenos animais. Mas, o seu alimento preferido é o coco, daí a origem do nome “caranguejo dos coqueiros”.

Como essa espécie de caranguejo se alimenta de coco, principalmente, e habita as ilhas de regiões tropicais, esse artrópode costuma construir e morar em tocas subterrâneas forradas com fibras da casca de coco.

Particularidades da Espécie

À medida que vai crescendo o caranguejo dos coqueiros troca de casca, exoesqueleto, frequentemente. Assim, o artrópode uma vez por ano procura uma toca para fazer a metamorfose. Nesta ocasião, eles ficam extremamente vulneráveis aos predadores naturais, uma vez que possuem o corpo mole.

Apesar de ser classificado como um crustáceo, esse caranguejo não sabe nadar. Se deixados por mais de uma hora no mar eles morrem afogados. Na verdade, o caranguejo dos coqueiros inicia seu ciclo de vida no mar.

A fêmea deixa os ovos fertilizados no oceano que em um mês se tornam larvas. Logo em seguida, a espécie entra na fase chamada de “glaucothoe” em que o pequeno caranguejo ocupa uma concha de caracol, ficando com uma aparência muito semelhante ao de um caranguejo comum. Assim que o caranguejo inicia a vida na terra, não volta mais para a água, exceto para depositar os ovos.

Como o caranguejo passa a maior parte do tempo procurando comida, a espécie utiliza seu olfato extremamente apurado para essa tarefa. Segundo os pesquisadores, como a espécie possui um celebro maior que os demais caranguejos, é nessa ocasião que eles demonstram grande capacidade de raciocínio muito parecido com a dos insetos terrestres.

Ainda segundo os pesquisadores, quando o caranguejo encontra seu alimento, ele é capaz de utilizar nas pinças uma força equivalente a 80 e até 100 vezes o peso do próprio corpo para romper o casco do coco.

Registros do Caranguejo dos Coqueiros

Apesar dessas informações sobre o caranguejo dos coqueiros, ainda não há muitos dados sobre essa exótica espécie. Para tanto, de acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, me inglês) não há registros suficientes para determinar se esse caranguejo está correndo risco ou não de extinção. Bem como não há informações exatas de quantas espécies ainda existem no mundo.