Em 1968, os Estados Unidos e a União Soviética disputavam acirradamente para serem os primeiros a enviar um astronauta à Lua, marcando o apogeu da “corrida espacial”. Contudo, essa competição já se delineava uma década antes, quando ambos os países destinaram investimentos vultosos em tecnologia espacial. A indagação contemporânea é: por que, mais de 50 anos após a missão Apollo 11, diversas nações manifestam um renovado interesse em explorar a Lua?
Projetos Ambiciosos e a Missão Artemis
Recentemente, várias nações expressaram entusiasmo em realizar missões tripuladas à Lua. A NASA, por meio do ambicioso Programa Artemis, planeja pousar astronautas novamente no satélite natural em 2025. Este programa não se restringe apenas ao retorno lunar; ele estabelece as bases para futuras expedições a Marte, demonstrando um compromisso de longo prazo com a exploração espacial.
Paralelamente, a China estabeleceu metas ambiciosas, visando enviar seres humanos à Lua até 2030. Enquanto isso, diversas nações expandem suas missões robóticas à Lua. O robô russo Luna-25, após um hiato de 47 anos, retornou à superfície lunar, pronto para coletar dados inéditos. A Índia também está na vanguarda, realizando testes tecnológicos para a futura aterrissagem do módulo Chandrayaan-3 em 23 de agosto.
Corrida do “Ouro” Lunar
A competição espacial atual é equiparada não à Guerra Fria, mas a uma “corrida do ouro” ou até mesmo uma “corrida do gelo”. Em 2018, cientistas identificaram gelo de água nas sombras profundas e permanentes das crateras lunares. Desde então, Estados Unidos, China, Rússia e Índia direcionam seus esforços para o Polo Sul lunar, onde esses recursos congelados são abundantemente encontrados.
A água congelada da Lua não é apenas uma descoberta científica fascinante, mas também apresenta aplicações práticas. Pode ser utilizada na produção de combustível para foguetes ou até mesmo na fabricação de módulos lunares. Embora as agências espaciais ainda estejam em processo de determinar completamente como utilizarão esse recurso, o conhecimento de sua existência provocou um interesse global.
Descobrindo Tesouros Lunares
Diferentemente da competição da Guerra Fria, a atual busca lunar transcende a mera demonstração de poder técnico. A “corrida do ouro” lunar concentra-se na exploração dessas riquezas escondidas, redefinindo a narrativa espacial. O gelo de água lunar tornou-se vital para o futuro das explorações espaciais, oferecendo recursos cruciais para missões prolongadas e sustentabilidade.
Apesar das restrições do Tratado do Espaço Exterior de 1967, que proíbe reivindicações territoriais na Lua, as nações agora buscam garantir uma posição estratégica na extração de recursos lunares como parte de sua política espacial.
Fonte: Popsci