Sem dúvida, o leão-do-Atlas se diferenciava de seus parentes próximos. Conheça cinco curiosidades fascinantes sobre este grande felino extinto.
O leão-do-Atlas, amplamente considerado um símbolo de realeza, destacava-se entre os outros leões. Originalmente encontrado nas áreas montanhosas e desérticas do norte da África, essa espécie infelizmente foi extinta por fatores relacionados à atividade humana. Continue lendo para saber mais sobre essa majestosa criatura!
1. Ele Era Diferente de Outros Leões
Normalmente, o leão-do-Atlas é classificado como a subespécie Panthera leo leo. Um estudo recente sugeriu que ele poderia ser da mesma subespécie que leões asiáticos e populações da África Ocidental, embora nem todos os especialistas concordem com essa classificação.
O leão-do-Atlas é mais conhecido por sua juba escura e espessa, que cobria o peito e se estendia até a barriga, algo incomum em outras subespécies de leões. Acredita-se que o tamanho maior da juba pode ser uma adaptação ao frio do clima nas áreas em que vivia.
Diferente de outras subespécies, esses leões eram menos sociais, vivendo sozinhos ou em pares, possivelmente devido à menor disponibilidade de presas em seus habitats, diferente das savanas com maior densidade de presas, onde vivem leões em grupos maiores.
Estes leões também são considerados, junto com os extintos leões americanos da Era do Gelo, entre os maiores de todos os leões, embora existam debates sobre a exatidão dessas medidas.
2. Ele Vivia no Norte da África
O leão-do-Atlas era a subespécie mais ao norte do leão africano. Sua distribuição incluía a Cordilheira do Atlas, na região do Magrebe, no norte da África. Registros históricos também indicam sua presença no Egito, próximo ao rio Nilo. Esses leões habitavam florestas mediterrâneas, campos e áreas arbustivas. Entre outros animais que coexistiam com ele, muitos também se tornaram extintos, como o auroque, o urso-do-Atlas e o antílope-bubal. Animais como o javali, o cervo-do-Atlas, a ovelha-do-Atlas e gazelas eram suas presas. Macacos-de-Gibraltar e leopardos também faziam parte de seu ambiente, e ambos hoje são espécies ameaçadas.
3. Eles Eram Valorizados Desde a Antiguidade
Desde tempos antigos, o leão-do-Atlas era valorizado. Ele foi usado em jogos no Coliseu da Roma Antiga e era cobiçado por zoológicos. Até em obras de arte egípcias antigas, leões eram retratados.
Como o leão-do-Atlas vivia próximo ao mar Mediterrâneo, o Império Romano frequentemente capturava animais dessa região, incluindo grandes felinos, para as lutas sangrentas do Coliseu. Sob o governo de Júlio César, centenas de leões foram exibidos e sacrificados.
A Torre de Londres, na Idade Média, também abrigava leões-do-Atlas. Estudos de DNA mostram que eles pertenciam a essa subespécie. Filhotes eram trocados como presentes entre famílias reais do Marrocos à Etiópia e eram expostos em hotéis e circos na Europa.
4. Foram Perseguidos Até a Extinção
O leão-do-Atlas foi outrora comum no Magrebe, mas sua população diminuiu drasticamente devido à expansão de assentamentos humanos. Com a diminuição das espécies de presas naturais, como cervos e gazelas, os leões passaram a atacar o gado, causando conflitos com agricultores. Como resultado, autoridades coloniais criaram programas de controle, e recompensas foram oferecidas para a caça desses animais.
Com a caça excessiva e a perda de habitat, a população de leões-do-Atlas entrou em colapso. O último leão selvagem foi, segundo relatos, morto em 1922, no Marrocos, embora avistamentos tenham sido registrados até o final da década de 1950. A espécie desapareceu da Argélia no início dos anos 1960, após conflitos militares que devastaram seu habitat.
5. Existem Sósias do Leão-do-Atlas
Embora não existam leões-do-Atlas puros hoje, alguns sósias vivem em cativeiro. No Marrocos, o Zoológico de Rabat mantinha leões semelhantes ao do Atlas em sua coleção. Entretanto, os zoológicos não impediram a mistura entre subespécies, criando híbridos semelhantes ao leão original.
Alguns desses leões foram levados a zoológicos na Europa, e um projeto chamado Projeto Leão do Atlas foi iniciado nos anos 90 para reduzir a hibridização e com esperanças de reintroduzi-los na natureza. Porém, devido a instabilidades políticas na região onde viviam, o projeto foi suspenso, e muitos zoológicos perderam interesse. No entanto, alguns leões do projeto ainda vivem, preservando a sombra de seus majestosos ancestrais que um dia habitaram o norte da África.
Com informações da petmojo