Para proteger os ovos e girinos, o sapo golias pode cavar pequenos lagos de até um metro de diâmetro e dez centímetros de profundidade. Este tipo particular de anfíbio é um verdadeiro levantador de pesos do mundo animal. A espécie pode mover pedras de até dois quilos para construir seus ninhos.

Faz realmente sentido que a espécie seja tão grande e poderosa, considerando o tamanho de até 34 cm e o peso de 3Kg. Eles são os maiores anuros do mundo, que são anfíbios da classe dos sapos, rãs e pererecas. Eles pertencem a esse grupo por terem pele lisa e membranas que lembram pés de pato entre os dedos dos membros posteriores.

A sapo golias habita apenas países como Camarões e Guiné Equatorial. Fora a dificuldades de encontrar essa espécie, eles ainda correm o risco de extinção devido são caçados para alimentação. Dependendo do tamanho e peso, eles são consumidos localmente como carne de sabor únio e podem render até US $ 3.000 para os colecionadores.

A fim de desenvolver estratégias de conservação para esta espécie exótica, um grupo de cientistas alemães e camaroneses uniram esforços para realizar pesquisa mais aprofundada da rã Golias. A equipe foi liderada por um pesquisador do Museu de História Natural de Berlim.

Para proteger os filhotes, os sapos golias criaram pequenos lagos de até 1 metro de diâmetro e 10 cm de profundidade. A espécie é capaz inclusive de puxar pedras com peso de até dois quilos ao longo dessa tarefa. Essa descoberta, segundo Marvin Schäfer, pesquisador do Museu, “explica por que os adultos dessa espécie possuem um tamanho acima da média”, afirmou a organização em comunicado.

Nesses pequenos lagos, as rãs depositam seus ovos e cuidam deles até que eclodam e se transformem em girinos. O habitat que os anfíbios criaram protege os filhotes tanto de predadores quanto das enchentes torrenciais dos rios .

O sapo golias é a única espécie conhecida de rã na África, segundo o chefe do projeto e pesquisador Mark-Oliver Rödel, que cria habitats especializados para a reprodução de seus filhotes. Isso demonstra o quão pouco entendemos sobre a biologia dos organismos mais incríveis do nosso planeta, afirma ele.

Fonte: Journal of Natural History.