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Sutton Hoo

Capacete de Sutton Hoo: Uma relíquia de um rei anglo-saxão

Fragmentos de um capacete recuperado do túmulo em navio de Sutton Hoo demonstram que o trabalho em metal na Idade Média podia ser tanto decorativo quanto funcional.

Nome: Capacete de Sutton Hoo
Descrição: Um capacete anglo-saxão decorado, com máscara facial.
Origem: Woodbridge, Suffolk, Inglaterra.
Período: Aproximadamente entre 600 e 625 d.C.

O que revela sobre o passado:

Esse capacete foi encontrado em pedaços em um túmulo de navio da era medieval, no sítio arqueológico de Sutton Hoo, em Suffolk, Inglaterra, no final da década de 1930. Atualmente exibido no Museu Britânico, em Londres, é uma relíquia icônica da história britânica. Apesar de estar oxidado e fragmentado, o capacete reflete o poder de seu dono, que pode ter sido o rei anglo-saxão Rædwald.

O capacete reconstruído — que inclui uma cúpula, protetores de bochecha, uma máscara e uma proteção para o pescoço — é feito principalmente de ferro e liga de cobre, com detalhes em prata, ouro, estanho, esmalte e granadas. Após a restauração, mede 31,8 cm de altura e acredita-se que pesasse originalmente cerca de 2,5 kg.

As características mais marcantes do capacete estão na face. As sobrancelhas, decoradas com fios de prata e incrustadas com granadas, terminam em pequenas cabeças de javali. Abaixo do nariz de ferro, protegido por uma máscara, há um bigode gravado em cobre. Por conta de sua riqueza, o capacete foi apelidado de “Tutancâmon britânico” na época de sua descoberta.

Os motivos animais no capacete, junto com outros artefatos encontrados em Sutton Hoo, levaram arqueólogos a associar o enterro ao poema épico Beowulf, uma obra em inglês antigo que conecta a Anglia Oriental à Escandinávia através das aventuras do herói homônimo. No poema, o capacete de Beowulf é descrito como feito de “ouro batido” e “enfeitado com formas de javali.”

A importância de Sutton Hoo:

O túmulo de Sutton Hoo foi a primeira descoberta a evidenciar a natureza cosmopolita do sul da Inglaterra durante a Alta Idade Média. O estilo do enterro no navio é escandinavo e, dentro dele, os arqueólogos encontraram moedas de ouro da França, tigelas celtas do oeste da Inglaterra, pratos de prata do Império Bizantino e granadas que possivelmente vieram da Índia ou do Sri Lanka.

Ainda há muito a ser descoberto sobre os anglo-saxões, que governaram a Inglaterra entre os séculos V e XI. No século IX, os vikings destruíram igrejas que guardavam registros históricos, o que contribuiu para que esse período fosse conhecido como a “Idade das Trevas”.

No entanto, os grandes montes funerários, como os de Sutton Hoo, quase certamente serviam como locais de descanso final para a nobreza anglo-saxônica, incluindo figuras como o rei Rædwald. A descoberta de Sutton Hoo mostra que, longe de serem “trevas”, os primeiros séculos medievais na Europa foram uma época vibrante e rica.

Com informações da Livescience.

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