Em todo o mundo, existem inúmeras cidades abandonadas, que guardam entre as ruínas uma parte da história do local, uma memória de tempos de prosperidade. No Brasil não difere, há cidades fantasmas que guardam memórias e mistérios de tempos remotos e que provavelmente você não sabe. Então, neste artigo, trouxemos as seis cidades fantasmas brasileiras pouco conhecidas.
Fordlândia no Pará
A cidade de Fordlândia recebeu esse nome porque foi fundada por Henry Ford, o criador da marca de carros como o mesmo nome. O proposto de Ford era construir uma grande fazenda para produzir a borracha necessária para os pneus de seus carros, então comprou um terreno às margens do Rio Tapajós.
Em 1957, Ford criou a cidade chamada de Fordlândia que prosperou e se desenvolveu rapidamente. Casas e barracos foram enviados de navio dos Estados Unidos para o Estado do Pará, mas o sonho rapidamente se transformou em pesadelo. O problema era que a terra era imprópria para o cultivo de seringueiras, e várias das árvores ali plantadas acabaram infestadas de pragas.
Além disso, logo perceberam que o projeto não era muito lucrativo e que a cidade estava sendo abandonada gradualmente. Poucas pessoas ainda vivem lá, mesmo assim Fordlândia ainda se parece como uma das cidades fantasmas.
Airão Velho no Amazonas
A Amazônia possui inúmeras e incríveis espécies de plantas e animais. A cidade de Airão Velho está situada às margens do Rio Negro. Historicamente, Airão Velho foi uma das aldeias mais prósperas da Amazônia desde a época colonial até a Segunda Guerra Mundial, quando fez do comércio de látex uma de suas principais ferramentas de desenvolvimento.
Quase todo o dinheiro que entrava na cidade vinha da venda de borracha aos aliados durante a guerra. No entanto, ao final do conflito, os britânicos, o principal comprador, deixaram de fazer negócios com a cidade, levando-a à falência. Atualmente, Airão tem apenas um morador.
Igatu na Bahia
Conhecida como Machu Picchu no Brasil por suas construções de pedra, Igatu foi uma cidade que prosperou com a mineração de diamantes e pedras preciosas e teve cerca de 10.000 habitantes durante seus anos dourados. À medida que a exploração avançava, surgiram melhores edifícios, comércio, indústria e até cassinos, impulsionando coletivamente o desenvolvimento de toda a área.
Entretanto, como a produção de diamantes diminuiu, a cidade no meio da Chapada Diamantina ficou praticamente abandonada, com apenas casas fechadas, ruínas e um punhado de moradores. Hoje, cerca de 360 pessoas vivem em Igatu.
Ararapira no Paraná
Fundada pela família real portuguesa no século XVIII, começou a declinar em Ararapira em 1952. Convertido em parque nacional no final do século passado, é hoje considerado Patrimônio Natural da Humanidade.
A cidade era parada obrigatória nas viagens de São Paulo a Curitiba e cresceu com o comércio até meados do século XIX. Durante o século XX, novas estradas pelo interior absorveram o tráfego entre as duas capitais, e as marés constantes fizeram com que muitas casas ficassem submersas.
São João Marcos no Rio de Janeiro
São João Marcos é uma antiga cidade desabitada, pertencente ao Rio de Janeiro, que foi demolida na década de 1940 para formar a barragem do Ribeirão das Lajes.
A cidade agora em ruínas atingiu o auge no século XIX com o advento da cultura do café, quando tinha mais de 14.000 moradores, um teatro hospitalar, clubes, correios e duas escolas. Muitos nobres e reis passaram por ali, e os governantes paravam para admirar a incrível beleza natural da região.
Além da construção da barragem, outro fator que devastou a cidade foram várias epidemias de malária que se seguiram ao declínio das plantações de café. Com o tempo, o volume de água diminuiu e a cidade ressurgiu, deixando as ruínas expostas.
Velha Jaguari no Ceará
Durante uma seca severa, as ruínas de uma antiga cidade cearense surgiram no reservatório do Castanhão. A antiga Jaguaribara foi inundada deliberadamente no final do século passado para dar lugar ao açude, que hoje é um dos maiores e mais importantes reservatórios do Brasil.
Ainda existe um monumento nesta antiga cidade inundada para comemorar o centenário da morte de Tristão Gonçalves de Alencar Alaripe, o revolucionário que liderou a Federação do Equador.